Você já parou para pensar quem realmente tem autoridade para batizar alguém que acabou de aceitar Jesus? Muitas igrejas ensinam que só o pastor pode realizar o batismo, mas será que a Bíblia coloca essa restrição? Essa é uma das dúvidas mais comuns entre líderes e novos convertidos — e a resposta pode mudar completamente a forma como você entende missão, liderança e discipulado.
O professor Matheus Hetti aborda exatamente essa questão com clareza bíblica, mostrando como a Grande Comissão e o sacerdócio universal dos crentes impactam a prática do batismo nas igrejas locais.
Este conteúdo é uma adaptação da aula de Matheus Hetti, apresentada no vídeo Só o PASTOR pode BATIZAR um novo convertido? (Ou qualquer um pode?) — você pode assistir ao trecho completo logo abaixo.
Pontos Principais
- O que Jesus realmente quis dizer com o “ide” da Grande Comissão?
- Todo cristão é missionário ou só quem vai para o campo?
- Por que muitas igrejas limitam o batismo apenas ao pastor?
- O que é o sacerdócio universal dos crentes e como ele muda tudo?
- Qualquer pessoa que evangelizou pode batizar o novo convertido?
- Isso é seguro teologicamente ou abre espaço para bagunça?
A Grande Comissão é para todos os cristãos
Jesus não disse “ide” apenas para pastores, missionários profissionais ou líderes ordenados. Em Mateus 28:18-20, o comando é dado aos onze discípulos, mas o objetivo é que eles ensinassem todas as nações a guardar tudo o que Ele ordenou — incluindo o “ide”. Isso cria uma cadeia: todo seguidor de Jesus recebe a mesma missão.
Na prática, isso significa que todo cristão é um missionário no seu contexto: no trabalho, na família, no bairro, na faculdade. Não existe uma classe especial de “missionários” e outra de “crentes comuns”. Todos são enviados.
O batismo segue a mesma lógica da missão
Se todo cristão tem a ordem de fazer discípulos e batizá-los (Mateus 28:19), então todo cristão tem autoridade para batizar quem ele mesmo evangelizou e discipulou. Não há um único texto na Bíblia que restrinja o batismo a pastores, presbíteros ou líderes ordenados.
Historicamente, quem criou essa limitação foi a Igreja Católica medieval, reservando o sacramento aos padres e bispos. Na Reforma Protestante, muitas igrejas mantiveram a prática por tradição, mesmo recuperando o sacerdócio universal dos crentes (1 Pedro 2:9; Apocalipse 1:6).
Consequências práticas dessa visão:
- O membro comum que leva um amigo a Cristo pode batizá-lo pessoalmente
- Acelera o discipulado e a multiplicação de novos convertidos
- Valoriza a responsabilidade de cada crente na missão
- Evita engessamento da igreja em torno de uma única pessoa
Sacerdócio universal: todos somos sacerdotes
A Bíblia é clara: em Cristo, não existe mais uma casta sacerdotal separada. Todo aquele que foi salvo torna-se parte de um “raça eleita, sacerdócio real, nação santa” (1 Pedro 2:9). Isso significa que todos os crentes têm acesso direto a Deus e podem exercer funções sacerdotais — incluindo batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Claro, nas igrejas locais é saudável ter ordem e supervisão pastoral, mas isso não anula a autoridade bíblica que cada cristão possui para batizar quem aceitou Jesus por meio do seu testemunho.
Conclusão
O “ide e batizai” não foi dado apenas a pastores ou missionários de agência — foi dado a todo discípulo de Jesus. Quando entendemos que todo cristão é missionário e sacerdote, o batismo deixa de ser privilégio de poucos e torna-se responsabilidade de todos. Isso liberta a igreja para crescer de forma multiplicadora, exatamente como nos dias do livro de Atos.
O curso de dois anos aprofunda temas como liderança bíblica, eclesiologia, discipulado prático, teologia dos sacramentos e muito mais — preparando você para liderar com segurança, ordem e fidelidade à Palavra.
