Cada conteúdo que publicamos com uma ideia não tradicional sobre teologia provoca uma série de comentários escarnecedores nas redes sociais. Esse texto é uma resposta aos reclamantes. Não uma tentativa de nos justificar, mas um convite à reflexão. No livro “A Estrutura das Revoluções Científicas”, Thomas Kühn explica como ocorre o progresso da ciência — e sua descrição pode ser aplicada à teologia também. Contrário à ideia popular da época, ele afirma que a ciência não progride de forma linear através de um acúmulo contínuo de conhecimento. Sua investigação revelou que a história da ciência na verdade também é um acúmulo de disparates continuamente refutados — como se fossem uma série de legislaturas com campanhas eleitorais acirradas e várias mudanças de governo. Kuhn demonstra que toda ciência (e poderíamos dizer o mesmo das linhas teológicas) é regida por uma doutrina dominante (que se baseia em conceitos complementares baseados em suposições prévias). Essa rede de conceitos e suposições é chamada de “paradigma” (palavra grega para “modelo”).A grande maioria dos cientistas (ou teólogos) trabalha para confirmar o paradigma dominante (o que é bom para suas carreiras e respeitabilidade). Mas como a ciência avança? Ele explica que as revoluções científicas ocorrem pois sempre há uma minoria de inconformistas, fascinadas pelas coisas que o modelo/paradigma dominante não consegue explicar. Por exemplo, Einstein, com a teoria da relatividade, explica coisas que o modelo dominante da física não explicava antes e, a partir disso, cria um novo paradigma. No início, a minoria é perseguida com desconfiança. Mas com o tempo, ganha cada vez mais adeptos até fazer um ataque ao paradigma dominante, assumir o governo e divulgar o newspeak (nova linguagem científica). Mas a “troca de regime” científico não acontece pacificamente. Os membros do antigo paradigma o defendem com unhas e dentes, porque se ele for deposto, a produção científica de sua vida vai por água abaixo. Isso mostra o caráter doutrinário do antigo regime e exige investidas sólidas da oposição. Exemplo disso são as investidas dos cientistas do design inteligente contra o regime darwinista acadêmico, que contra-ataca não com refutações, mas com escárnio e tentativas de descrédito e silenciamento (vide o caso da controvérsia de revisão por pares de Sternberg, onde um sólido artigo sobre design inteligente escrito por Stephen Meyer publicado em uma revista acadêmica de biologia, culminou numa campanha de difamação contra os cientistas e na destituição do editor da revista). Portanto, a história do avanço da ciência é frequentemente marcada por controvérsia e polêmica. O mesmo ocorre na história da teologia, onde temos disputas, campanhas e controvérsias, como no debate histórico entre calvinistas e arminianos, na disputa pelo domínio do paradigma soteriológico. Então, é natural que ideias teológicas que não se enquadrem nos paradigmas dominantes sofram ataques (muitas vezes até carentes de lógica). Cada vídeo que publicamos sobre uma ideia bíblica fora dos paradigmas (ainda que bem fundamentada) sofre escárnio nos comentários nas redes sociais. E isso não nos surpreende: é o preço de questionar o estabelecido. Nossa pergunta a você, leitor, é: de que lado você está? Você é um inconformista que não aceita respostas prontas sobre a Bíblia quando essas não fazem sentido e está disposto a examinar mais a fundo? Ou está satisfeito em aceitar o paradigma dominante sem questionamentos? Nossa proposta é que você se junte a nós na investigação de respostas sólidas às questões que a teologia tradicional não consegue responder. Seja um inconformista. Não aceite aquilo que não faz sentido teologicamente. Nossa proposta não é um mero debate teológico. É um chamado para uma investigação mais profunda, uma busca sincera por respostas que façam justiça à grandeza da Palavra de Deus. Junte-se a nós nessa jornada. Não aceite paradigmas simplesmente porque são dominantes. Aceite apenas aquilo que for verdadeiro.